Tutorias: um caminho possível para a gestão da diversidade e para o sucesso escolar (constrangimentos e possibilidades)
(CCPFC/ACC-89887/17)

   

Modalidade:

 Oficina de formação
   

Duração:

 15 horas presenciais + 15 horas de trabalho autónomo
   
Destinatários:  Docentes de qualquer grupo disciplinar dos 2º, 3º ciclos e secundário
   
Formadora:  Ana Granja
   
Número de turmas:  2
   
Locais de realização: T1 - Escola EBS de Águas Santas
T2 - Escola Secundária da Maia
   
Cronograma da turma 1:  1ª sessão - 15 de novembro, quarta-feira, 19.00h - 21.30h
 2ª sessão - 22 de novembro, quarta-feira, 19.00h - 21.30h
 3ª sessão - 29 de novembro, quarta-feira, 19.00h - 21.30h
 4ª sessão - 06 de dezembro, quarta-feira, 19.00h - 21.30h
 5ª sessão - 24 de fevereiro, sábado, 8.30h - 13.30h
   
Cronograma da turma 2:  1ª sessão - 06 de janeiro, sábado, 9.30h - 12.30h
 2ª sessão - 13 de janeiro, sábado, 9.00h - 13.00h
 3ª sessão - 20 de janeiro, sábado, 9.00h - 13.00h
 4ª sessão - 03 de março, sábado, 9.00h - 13.00h
   
seleção dos formandos:  Têm prioridade docentes dos seguintes agrupamentos de acordo com o número indicado para cada um:
 AE Águas Santas: 10
 AE Coronado e Castro: 5
 AE Castêlo da Maia: 5
 AE Gonçalo Mendes da Maia: 10
 AE Levante da Maia: 5
 AE Vieira de Carvalho: 5
   
:::::::::::::::::::::::::: PROG RAMA DA AÇÃO ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
   
Objetivos:  Espera-se com esta oficina poder contribuir para:
− Apresentar evidências científicas sobre o contributo da tutoria para o sucesso educativo e para a diminuição do abandono escolar
− Identificar possibilidades e constrangimentos no exercício da tutoria
− Partilhar boas práticas no âmbito das tutorias
− Refletir sobre a necessidade de a prevenção e intervenção não dependerem apenas de iniciativas individuais mas de uma atuação articulada e consistente da escola enquanto instituição organizada – a necessidade de um ethos de escola
− Promover uma maior abertura das escolas para o desenvolvimento de parcerias com instituições externas
− Integrar a figura do professor tutor nas várias estruturas da organização escolar
− Desenvolver, nos professores, competências humanas e profissionais alargadas no âmbito da tutoria
− Uniformizar procedimentos e atuações entre os professores tutores
− Elaborar planos de ação tutorial e construir instrumentos de diagnóstico, de observação e de avaliação
   
Conteúdos:

 Sessões presenciais (15 horas)
1. Objetivos das tutorias e enquadramento legal
• Enquadramento legal das tutorias
• Objetivos das tutorias (Casanova, 2012): assessorar os processos de aprendizagem cognoscível; ajudar o aluno a conhecer-se e a aceitar-se; promover a reflexividade sobre a sua personalidade, hierarquia de valores, critérios pessoais e capacidade crítica; ajudar a consciencializar-se das suas dificuldades pessoais, necessidades afetivas, segurança e autonomia; favorecer o desenvolvimento de estratégias que ajudem à tomada de decisões.
2. Modalidades e vertentes de atuação das tutorias
Modalidades de tutorias (Casanova, 2012): Tutoria interpares – aluno tutor; Tutoria intercultural- aluno tutor ou professor tutor; Professor Tutor.
Vertentes de atuação dos tutores (Baudrit, 2009): Tutoria Cognitiva e Tutoria Relacional
Com a tutoria cognitiva pretende-se promover o desenvolvimento:
o de técnicas e habilidades para o estudo; da compreensão e da eficácia de leitura; de competências relacionadas com a autonomia pessoal e “aprender a aprender”; do reforço de matérias não assimiladas;
Com a tutoria relacional pretende-se fomentar as seguintes competências:
o a aceitação de problemas e de responsabilidade para os resolver; a aprendizagem em situações de stress; aprender a autocontrolar-se; aprender a pensar; aprender a conviver; aprender a comportar-se; aprender a decidir; aprender a ser pessoa.
3. Princípios da ação tutorial (Baudrit, 2009; Casanova, 2012)
Princípio da implicação: Professor tutor, aluno, família e a restante comunidade educativa deverão estar implicados no processo;
Princípio do co-protagonismo das partes: Ambas as partes envolvidas nos grupos de Tutoria (Tutores e Tutorandos) devem participar e desempenhar um papel ativo no desenvolvimento do processo;
Princípio da confiança: Deve ser proporcionado aos alunos um ambiente de confiança, no intuito de incentivar a abertura do aluno para partilhar as suas dificuldades/problemas/conquistas;
Princípio da individualidade e confidencialidade: O Professor Tutor, assim como outros agentes educativos em articulação, devem atender e respeitar as características específicas do aluno, mantendo a sua confidencialidade;
Princípio da avaliação: O processo de ação tutorial deve ser avaliado continuamente, utilizando para o efeito a diversidade de registos escritos.
4. Perfil e funções dos alunos tutorandos e dos professores tutores (Baudrit, 2009; Casanova, 2012)
Perfil do aluno tutorando - Uma abordagem holística
• Nível académico (aluno que revele: falta de hábitos e métodos de trabalho/estudo; dificuldades de organização para o cumprimento das tarefas escolares; pouca atenção e concentração dirigidas à tarefa.)
• Nível pessoal/afetivo (aluno que manifeste: desmotivação; instabilidade emocional; baixa autoestima; passividade excessiva/isolamento.)
• Nível social (aluno que revele: dificuldades de integração; sinais de negligência familiar ou proveniência de estruturas familiares pouco funcionais; lacunas de formação a nível de valores.)
Perfil do professor tutor
Ter facilidade em relacionar-se, nomeadamente com os alunos e respetivas famílias;
Ter capacidade de negociar/mediar;
Ter capacidade de trabalhar em equipa;
Ser coerente, persistente e assertivo;
Ser um gestor de afetos;
Ter capacidade para proporcionar experiências enriquecedoras e gratificantes para os alunos;
Criar pontes com a comunidade enquadrando, se necessário, apoio externo.
Funções do professor tutor
Em relação ao aluno/tutorando:
• Planificar (identificando com o aluno as principais dificuldades que influenciam o seu processo formativo; elaborando em conjunto um plano de ação tutorial)
• Facilitar a integração do aluno na turma e na escola, favorecendo relações comunicativas e de intercâmbio com alunos, professores e restante comunidade escolar
• Acompanhar o processo de ensino/aprendizagem (orientando para as mais adequadas formas de apoio educativo que a escola oferece; desenvolvendo a autonomia do aluno na sua própria aprendizagem mediante a aquisição de métodos e técnicas de trabalho; promovendo o autoconhecimento do aluno para uma formação integral)
• Controlar o cumprimento do Plano de ação tutorial e o envolvimento do aluno nos apoios educativos previamente negociados, recolhendo feedback constante junto do diretor de turma, dos professores e da família.
• Avaliar de uma forma formativa e sistemática, com o aluno, a evolução do processo.
Em relação à família:
• Recolher informação sobre o aluno;
• Informar sobre o comportamento, estratégias de remediação, progressão ou regressão do quadro, avaliação;
• Promover a sua participação nas atividades de apoio à aprendizagem e orientação dos filhos;
• Facilitar a sua ligação com os professores para a criação e desenvolvimento de estratégias;
• Refletir e avaliar o processo.
Em relação à escola:
• Recolher e cruzar informação;
• Coordenar as estratégias definidas com os professores;
• Participar no conselho de tutores.
Em relação à comunidade:
• Fomentar pontes facilitadoras do processo de aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social do aluno com instituições vocacionadas para o apoio e formação de jovens.
5. O professor tutor como elo de ligação entre aluno / professores / EE / serviços de psicologia e ação social (Baudrit, 2009; Casanova, 2012)
O papel do professor tutor na articulação entre o aluno tutorando, a família, serviços de psicologia e ação social e a restante comunidade educativa.
6. Proposta de intervenção em acompanhamento tutorial : elaboração de instrumentos de diagnóstico, de observação e de avaliação
Em pequenos grupos de trabalho os formandos elaboram um Plano de Ação Tutorial devendo, para tal, construir instrumentos de diagnóstico, de observação e de avaliação. O Plano de Ação Tutorial destina-se a ser implementado no âmbito do trabalho autónomo.
7. Momento de partilha
Pretende-se nesta sessão criar momentos de reflexão partilhada, a partir da apresentação dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do trabalho autónomo.

Trabalho autónomo
Nas suas escolas, os formandos deverão implementar o Plano de Ação Tutorial construído no âmbito da formação, no acompanhamento de um aluno tutorando.

   
Metodologia:

 Com esta ação de formação pretende-se não apenas promover a construção de conhecimento através dos conteúdos abordados, mas também incentivar novas práticas pedagógicas e sua reflexão crítica, no sentido de desenvolver quer a autoformação, quer a inovação educacional.
Nas sessões presenciais usar-se-á uma metodologia teórico-prática, combinando momentos de exposição de conteúdos com reflexão participada a partir de tarefas realizadas individualmente e/ou em grupo.
Na componente teórica será adotada, por um lado, uma metodologia mais expositiva, centrada na transmissão de conteúdos de referência e estruturantes e, por outro lado, a leitura orientada de textos de natureza científica e normativa. A exposição teórica será feita com o recurso a suportes audiovisuais e a textos previamente selecionados, mas assumindo uma metodologia dialógica e de interação permanente entre formadores e formandos.
Na componente prática, privilegiar-se-á uma dinâmica de natureza mais ativa, centrada na discussão, partilha e reflexão entre os formandos, designadamente através de: discussão em pequeno grupo sobre os conteúdos e materiais selecionados, incutindo interações reflexivas no contexto da formação; elaboração e apresentação de materiais, documentos e instrumentos reformulados e/ou produzidos em trabalho de grupo.

Em termos de trabalho autónomo, pretende-se que os formandos implementem nas suas escolas o Plano de Ação Tutorial construído no âmbito da formação, no acompanhamento de um aluno tutorando.
Para o desenrolar da ação estão previstos vários momentos que serão devidamente contemplados na calendarização:
1º momento:
Sustentação teórica (do ponto 1. ao ponto 5. da secção “Conteúdos da ação – sessões presenciais”)
2º momento:
Em pequenos grupos de trabalho, elaboração de um Plano de Ação Tutorial e construção de instrumentos de diagnóstico, de observação e de avaliação (ponto 6. da secção “Conteúdos da ação – sessões presenciais”)
3º momento:
Nas suas escolas, os formandos deverão implementar o Plano de Ação Tutorial construído no âmbito da formação, no acompanhamento de um aluno tutorando (na secção “Trabalho autónomo”)
4º momento:
Momento de partilha e reflexão partilhada, a partir da apresentação dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do trabalho autónomo (ponto 7. da secção “Conteúdos da ação – sessões presenciais”)

   
Regime de avaliação:

 Os formandos serão avaliados nos termos definidos pelo Decreto- lei nº 22/2014 e Despacho n.º 4595/2015, tendo em conta os seguintes parâmetros/critérios: quantidade e qualidade da participação nas sessões presenciais e relatório individual de reflexão crítica, de acordo com o programa da ação e os artigos 16º, 17º e 18º do Regulamento Interno do CFAE maiatrofa.